A Musicoterapia é uma prática clínica baseada em evidências científicas, que utiliza a música e seus elementos — som, ritmo, melodia, harmonia e silêncio — como mediadores terapêuticos para promover desenvolvimento, qualidade de vida e bem-estar físico, emocional, social e cognitivo. A música é uma linguagem universal e
afetiva, capaz de acessar e organizar dimensões profundas do ser humano, mesmo na ausência de linguagem verbal estruturada.
Abordagem especializada no TEA
Na Somos Singular Comportamento Humano, a Musicoterapia é oferecida como parte integrante dos atendimentos especializados a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outros transtornos do neurodesenvolvimento. As sessões têm duração de 50 minutos e são individualizadas, respeitando o perfil sensorial, o modo de expressão e o assentimento da criança. A música atua como um canal privilegiado de comunicação, organização interna e construção de vínculo. Através da improvisação, do canto, do toque instrumental, da escuta e da interação musical, cria-se um espaço terapêutico afetivo, seguro e acessível para que o sujeito se expresse e se desenvolva em sua totalidade.
Abordagens e Modelos Clínicos Utilizados
As intervenções são fundamentadas em abordagens reconhecidas internacionalmente, como:
Modelo Nordo-Robbins: foca na improvisação musical como linguagem expressiva e criativa, promovendo vínculo e comunicação não-verbal.
Musicoterapia Ativa e Receptiva: combina momentos de execução e escuta musical para modular o estado emocional e sensorial.
DIR/Floortime: utiliza o brincar musical como forma de promover o desenvolvimento emocional-relacional.
Análise Funcional do Comportamento Musical (DEMUCA): observa o comportamento do cliente diante dos estímulos musicais, guiando a escolha das estratégias terapêuticas.
A Musicoterapia no TEA é direcionada para:
Regulação emocional e sensorial: uso da música para modular estados de agitação ou hipoatividade, favorecendo a autorregulação.
Promoção da comunicação: estímulo à vocalização, atenção conjunta, contato visual, troca de turnos, escuta e expressão não-verbal.
Desenvolvimento social: atividades em grupo ou em duplas, favorecendo imitação, empatia e integração social.
Expressão de sentimentos e fortalecimento da autoestima: criação de um espaço seguro onde o sujeito possa expressar emoções através da música, muitas vezes inacessíveis verbalmente.
Atenção, memória e cognição: uso de músicas estruturadas, padrões rítmicos e jogos musicais para estimular funções cognitivas como antecipação, memória auditiva, sequência e foco.
Organização motora: uso de instrumentos de percussão, movimentos corporais rítmicos e atividades sensório-motoras para melhorar a coordenação e o planejamento motor.
Principais Benefícios no TEA
1. Comunicação Verbal e Não-Verbal:
A música permite formas alternativas de comunicação, especialmente para crianças não verbais, promovendo vocalizações e intencionalidade comunicativa.
2. Interação Social e Vínculo:
A música estimula contato visual, imitação e trocas, elementos essenciais
para o desenvolvimento social e afetivo no autismo.
3. Processamento Sensorial:
Sons, ritmos e vibrações ajudam na organização dos sistemas sensoriais
(auditivo, tátil, proprioceptivo), promovendo conforto e segurança corporal.
4. Expressividade e Autoestima:
Ao vivenciar experiências musicais bem-sucedidas, o indivíduo desenvolve
senso de competência, criatividade e reconhecimento de suas
potencialidades.
5. Flexibilidade Cognitiva e Comportamental:
A improvisação musical favorece a adaptação a novos sons, ritmos e interações, contribuindo para a redução de comportamentos repetitivos e resistência à mudança.
6. Funções Executivas:
A estrutura musical contribui para o desenvolvimento de atenção, inibição de impulsos, memória de trabalho e planejamento.
Diferenciais Clínicos
Profissionais certificados em musicoterapia reconhecidos pela APEMESP; Nossas sessões centradas no vínculo terapêutico, respeitando o tempo, o interesse e o modo de expressão da criança.
Ambiente preparado acusticamente e com instrumentos variados, que respeitam o perfil sensorial e promovem segurança emocional.
Planejamento terapêutico individualizado, com definição de objetivos terapêuticos claros e mensuráveis.
Participação em projetos interdisciplinares, como o Projeto Criarte, voltado à expressão criativa e sensório-motora através da arte e da música.
Integração com as demais especialidades da clínica, como Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Psicologia, ABA e Nutrição, garantindo uma intervenção coordenada e funcional.
Finalidade da Intervenção
A Musicoterapia tem como objetivo principal favorecer a expressão, a comunicação e a organização interna do indivíduo, utilizando a música como ferramenta terapêutica potente. É uma abordagem que reconhece o sujeito para além do diagnóstico, respeitando suas formas únicas de se relacionar, sentir, agir e existir. No contexto do TEA, torna-se uma via segura, afetiva e eficaz de acessar o outro e promover desenvolvimento integral.
